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Um pouco de mim...

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Dia 2 e 3 - De Algeciras a Chefchaouen

"Bom dia! Dormiram bem? Não!? Pois nem eu..." Além dos problemas que já falei do hotel, o colchão é mais um para acrescentar. Para aquelas pessoas que estão habituadas a um colchão ortopédico como o meu cá de casa esqueçam! Este era mole e as molas colam-se nas costas. Mas adiante, pois a ansiedade instala-se visto que a partida para barco esta breve e o Marco torce para que seja um xpto que ele tanto quer andar, e...é mesmo nesse que vamos! Conforme nos disseram às 10h30 estávamos prontos no ticket de entrega dos bilhetes para efectuar o check in do ferry. Pontuais estes espanhóis, 11h00 e o ferry parte em direcção a Ceuta! Devido ao calor, eu o meu compadre Miguel decidimos ficar numa mesa por debaixo do ar condicionado e meus amigos, nunca o façam! Após alguns minutos da partida e devido à agitação do barco (pouca mas relevante) a água do ar condicionado começa a cair para a mesa e por pouco não acerta do portátil do Miguel. 35 minutos depois estávamos em Ceuta, onde a primeira coisa que salta à vista é o preço do combustível... 0,622€!!!! EU QUERO VOLTAR PARA CEUTA!!! Agora a sério, é uma diferença enorme e estamos a falar de um posto da BP. Abastecemos os jipes e partimos para a fronteira e aqui é que fiquei um pouco aquém! Era a primeira vez que íamos e certos procedimentos desconhecíamos e como sempre os indivíduos que por lá deambulam querem ser sempre muito prestáveis e são tão insistentes que acabamos por usufruir de tamanha ajuda em troca de uns MAD - Dirham Moroccan, a moeda marroquina.

E aqui o segundo conselho: por muito que insistam convosco e digam que só querem ajudar, não cedam! A única coisa que eles fazem é levar-vos às cabines onde vocês têm que falar com os profissionais que lá trabalham para realizar os vistos dos passaportes e dos automóveis. Devido à gripe suína AH1N1, tivemos de passar primeiro no "Doctor" onde ficaram com os dados do passaporte e passar de seguida num sensor de temperatura corporal, que na minha opinião não tem grande credibilidade. Outra questão é Ceuta ou Tanger? Eu não posso ter uma grande opinião sobre o assunto, mas segundo o que se diz por lá a entrada por Tanger é melhor, visto que os vistos dos passaportes são feitos no barco e só é necessário o visto dos automóveis. Na próxima viagem vou fazer por ir por Tanger e confirmar isso.


Depois de todos os estarem autorizados a prosseguir avançamos em direcção a Tetouan e o que inicialmente seria de passagem acabou por ser paragem. Aqui tivemos o primeiro encontro com a típica gastronomia marroquina (cucus-cucus, pinchus, poio, salada marroquina e claro coca-cola (aberta à nossa frente de preferência)! Não está mau para começar. O Restaurante chama-se Palace Bouhlal e fica bem no interior da medida de Tetouan ao lado da herbanária do Said que visitamos e ai ficamos cerca de 1h30 a ouvir a forma entusiástica com que nos explicava cada especiaria, cada planta ou "mesinha" caseira para mil e um problemas! Foi para mim, um dos melhores momentos da viagem esta passagem pelo Herbanário.

Vai uma massagem Patrícia?


Em seguida, e sempre na companhia do "Coca-cola", alcunha de um marroquino que nos levou lá graças a ter metido conversa com o Marco quando ainda estávamos a rolar, passamos numa feira no centro da Medina para de seguida visitar uma cooperativa de tapetes berberes. Ao entrar, somos confrontados com uma escadaria pouco habitual onde os degraus são altos, e lá subimos, e subimos mais um andar até ao terraço onde podemos ter uma vista geral de Tetouan. Estava na hora de ver os tapetes e o dono estava "mortinho" para nos mostrar as inúmeras colecções. Sem exageros vimos para cima de 50 tapetes enquanto apreciamos, ou não, o chã que nos ofereceram! No fim, estava na hora de dizer qual seriam os tapetes que estaríamos interessados. O olhar foi comum entre todos, e o pensamento de "Interessados??" deve ter surgido na mente do grupo, mas, no fim houve um que a Raquel gostou e ao fim de um bom regatear lá trouxe a toalha única que aqui mostro com quase 75% desconto! É incrível como eles baixam tanto, mas eles gostam disto, seja! Bom, além do facto de já ser tarde, a vontade de nos fazer à estrada era muita e lá fomos de regresso ao parque , perdão "beco"(comigo a pensar: "O meu Td5 estará em ordem, ou já em peças") onde um segurança, desculpem "arrumador" fazia marcação cerrada, ou não, aos nossos carros e claro a umas moedas! Saímos de Tetouan com destino a Chefchaouen fazendo parte da costa mediterrânea para mais tarde entrar na estrada 3808 Oued Laou Taghzoute, onde depois de belas paisagem verdejantes, que ninguém estava a espera de ver ou pelo menos não tinha essa ideia, tivemos um problema com um dos jipes.

O Discovery 300 do Miguel, foi a baixo e não pegava. Sem duvida que foi um momento que desanimou, mas que todo o grupo superou sem grandes dificuldades. Capot aberto, e os Srs. Prof. Dr. Eng. Mecânicos que foram presença em toda a viagem, ou seja, eu, o Miguel e o Marco a olhar lá para dentro a ver o que seria. Após alguns minutos e tentativas de por o disco a trabalhar, descobrimos que o problema residia num rolamento da Polie do alternador que havia bloqueado! Nada a fazer ali, e o carro tinha que ser rebocado até uma oficina. Eis que, alguém se aproxima e nos diz "Boa noite, precisam de ajuda?" Eu pensei, o mundo é mesmo pequeno, como é possível que no meio deste nada, exista aqui um Portuga e ainda por cima Nortenho e Maiato!!! De seu nome Daniel, este nosso recente amigo teve connosco uma excepcional atitude de nos acolher no seu Auberge http://www.caiat.com/ e de nos ajudar nas conversações com o reboque, e ainda a amabilidade de falar com o seu amigo Achmed que nos esperou no dia seguinte em Tanger levando-nos a um mecânico de confiança. O final do dia, que já não restava muito, foi passado na confecção do jantar, nas negociações com a companhia de seguros, e na tentativa de animar o Miguel e a Mónica. Vá amigos ainda hoje vos digo, se fosse o meu era pior, já viram a electrónica eheheheh... Apagamos as luzes por volta das 24h30m para no dia seguinte às 7h00m estarmos a acordar. Desta forma, havia tempo para nos preparar, tomar o pequeno almoço e por voltar das 9h00m estar o reboque a bater a porta conforme combinado, mas, e como há sempre um mas, este só apareceu pelas 12h30m para desespero do casal Santos. Até lá o tempo foi passado entre a companhia do Daniel, na actualização dos Diários de Bordo ou até mesmo numa ida ao barbeiro para reclamar umas falhas no corte feito dias antes. Paciência Raquel, paciência...eheheh!

Do mal o menos, o reboque era sem duvida o melhor que vimos em toda a viagem, uma Mitsubhishi Canter das novas! A viagem até Tanger deu para perceber o tipo de condução e regras que este povo tem, ou melhor não tem. Desde ultrapassagens em curvas fechadas em estradas de montanha, à constante buzinadela, o não haver piscas, ou até mesmo limites de passageiros vale tudo, até camiões transportarem garrafas de gás em uma espécie de contentor sem que uma cinta os segure.. que medo!!!

Bom, mas lá chegamos e cerca de 1h30m depois e 40€ o Discovery 300 Tdi ganhou vida para a alegria de todos. O destino seria Chefchaouen com alojamento em parque de campismo, e pelo caminho decidimos passar mais uma noite no Auberge Caiat, que fica apenas a 20km de "Chaouen" e sempre sabemos as suas condições! Nessa noite o grupo estava sem dúvida mais animado, e isso é bom!

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