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domingo, 21 de junho de 2009

Dia 5 - Fès

Esta obra tem no topo um globo, que representa o Mundo. Só o globo pesa 5 Toneladas e gira sobre si mesmo! Situa-se numa das principais avenidas de Fès.

O dia de hoje teve início às 9h00 com o encontro com o guia à entrada do parque, que logo surpreendeu pois o combinado era um guia que falasse inglês, e não francês! Mas tudo se resolveu e o Ahlid que,além de funcionário do parque é também guia nacional e acompanhou-nos nesta visita a Fès. Partimos em direcção ao centro e começamos a rota pela zona judaica da cidade, onde alguns dos judeus após a expulsão da Europa se refugiaram. Aqui paramos para tomar um chã, que segundo o Ahlid é o verdadeiro chã tradicional de Marrocos e com a mesma intensidade que os locais tomam, uma vez que normalmente o turista bebe um mais fraco. Apesar de intenso, consegue-se beber com alguma facilidade, mas só um copo!! Mais pode-se tornar desagradável, mas gostos não se discutem! Entretanto Ahlid foi contando que naquela zona neste momento só existe mesmo comercio, uma vez que, há medida que as condições de vida iam mudando também a população ia saindo daquela zona partindo para áreas mais desenvolvidas. À saída fomos até ao Palácio do Rei onde ficamos maravilhados pela magnifica entrada das "7 Portas". Aqui ficamos a saber que cada artesão que trabalhou naquelas imponentes portas com um trabalhar minucioso apenas o fazia 2h por dia para descanso da mente! Ficam algumas fotos...

A próxima paragem deu-se no topo de uma colina onde antigamente era o quartel da polícia, hoje em ruínas dando uma perspectiva do tamanho da gigantesca Medina de Fès... São cerca de nove mil ruas! Ao longe a cidade nova de Fès.

A fabrica de cerâmica foi o próximo ponto de visita. Com processo de fabrico completamente artesanal podemos visitar todos os passos efectuados para o fabrico das louças, fontes e mesas típicas. As condições de trabalho não são certamente as que estamos habituados a ver e temos de dar valor a quem por cá trabalha... fica um pequeno vídeo...




O mais interessante é o processo de cozedura das peças. Dura 5 dias, sendo que um dia é para a colocação das peças no forno, outro para a cozedura em si, e os restantes para arrefecimento e retirada das peças. Como combustível utilizam apenas caroço de azeitona, que na minha opinião deve vir das cooperativas de azeite, visto que existem lá com abundância! A fome já apertava e assim sendo, entramos na Medina de Fès indo directos a um restaurante que o Ahlid nos aconselhou. Tradicional como sempre e com muitos tapetes pendurados na parede saboreamos uma vez mais a gastronomia marroquina pedindo 6 menus diferentes para petiscar um de cada! De barriguinha cheia lá fomos explorar a Medina onde começamos pela fabrica das peles onde, logo à entrada nos dão um ramo de hortelã. Depressa descobri o porque, visto que o cheiro além de desagradável é muito intenso e não dá muito jeito depois do almoço. Vimos os poços onde são tratadas as peles desde a lavagem à fixação das cores, e mais uma vez que condições de trabalho... Deus me livre!!! A visita à loja deu para experimentar uns casacos e para fazer a compra que a minha mãe tanto me pediu... um casaco! O processo de negociação foi demorado e posso dizer que nesta altura senti algum receio, quando sou chamado à parte para uma outra sala. Um piscar de olhos ao Miguel foi o suficiente para ele entender que queria que ficasse por perto e atento. Mas com tranquilidade o negocio fez-se e a minha mãe ficou contente! A visita à fabrica ficou-se por ai e o próximo ponto era uma cooperativa de tapetes berberes onde vimos o processo de fabrico dos mesmos. Raparigas em tenra idade, entenda-se entre 12 a 15 anos, faziam um tapete num patamar elevado para "turista ver", sempre sobre o olhar atento de um homem, como que a controlar! Escravidão?! Não sabemos, e penso que nunca iremos saber. A exploração da Medina levou-nos a dar uma vista de olhos pela mais antiga Universidade de Mundo idealizada por mulheres, segundo nos contaram. Não entramos e seguimos para as carpintarias da Medina onde estavam expostos trabalhos que cá nos fazem lembrar o Carnaval devido a sua excentricidade, mas que lá é normal a sua utilização nas casas mais fartas! Eram 18h30 e o cansaço já predominava. Regressamos ao parque, onde aproveitamos para repousar, actualizar os diários de bordo e houve quem desse um mergulhinho na piscina! À noite o serão foi passado com um café de cafeteira e mapa na mesa para organizar o dia seguinte. O percurso foi encurtado aos lagos Tislit e Islit em Imichil, visto que até Tamtattouchte era um percurso muito extenso! E que boa surpresa foi a noite em Tislit... até lá, fiquem bem!

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