
A próxima paragem deu-se no topo de uma colina onde antigamente era o quartel da polícia, hoje em ruínas dando uma perspectiva do tamanho da gigantesca Medina de Fès... São cerca de nove mil ruas! Ao longe a cidade nova de Fès.
O mais interessante é o processo de cozedura das peças. Dura 5 dias, sendo que um dia é para a colocação das peças no forno, outro para a cozedura em si, e os restantes para arrefecimento e retirada das peças. Como combustível utilizam apenas caroço de azeitona, que na minha opinião deve vir das cooperativas de azeite, visto que existem lá com abundância! A fome já apertava e assim sendo, entramos na Medina de Fès indo directos a um restaurante que o Ahlid nos aconselhou. Tradicional como sempre e com muitos tapetes pendurados na parede saboreamos uma vez mais a gastronomia marroquina pedindo 6 menus diferentes para petiscar um de cada! De barriguinha cheia lá fomos explorar a Medina onde começamos pela fabrica das peles onde, logo à entrada nos dão um ramo de hortelã. Depressa descobri o porque, visto que o cheiro além de desagradável é muito intenso e não dá muito jeito depois do almoço. Vimos os poços onde são tratadas as peles desde a lavagem à fixação das cores, e mais uma vez que condições de trabalho... Deus me livre!!! A visita à loja deu para experimentar uns casacos e para fazer a compra que a minha mãe tanto me pediu... um casaco! O processo de negociação foi demorado e posso dizer que nesta altura senti algum receio, quando sou chamado à parte para uma outra sala. Um piscar de olhos ao Miguel foi o suficiente para ele entender que queria que ficasse por perto e atento. Mas com tranquilidade o negocio fez-se e a minha mãe ficou contente!
A visita à fabrica ficou-se por ai e o próximo ponto era uma cooperativa de tapetes berberes onde vimos o processo de fabrico dos mesmos. Raparigas em tenra idade, entenda-se entre 12 a 15 anos, faziam um tapete num patamar elevado para "turista ver", sempre sobre o olhar atento de um homem, como que a controlar! Escravidão?! Não sabemos, e penso que nunca iremos saber. 
A exploração da Medina levou-nos a dar uma vista de olhos pela mais antiga Universidade de Mundo idealizada por mulheres, segundo nos contaram. Não entramos e seguimos para as carpintarias da Medina onde estavam expostos trabalhos que cá nos fazem lembrar o Carnaval devido a sua excentricidade, mas que lá é normal a sua utilização nas casas mais fartas! 
Eram 18h30 e o cansaço já predominava. Regressamos ao parque, onde aproveitamos para repousar, actualizar os diários de bordo e houve quem desse um mergulhinho na piscina! À noite o serão foi passado com um café de cafeteira e mapa na mesa para organizar o dia seguinte. O percurso foi encurtado aos lagos Tislit e Islit em Imichil, visto que até Tamtattouchte era um percurso muito extenso! E que boa surpresa foi a noite em Tislit... até lá, fiquem bem!

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